
Com texto de Pedro Henrique Lopes, direção geral de Diego Morais e direção musical de Guilherme Borges, o show teatral documental traça um paralelo entre o Brasil opressivo dos anos 70 e a atualidade, mostrando o que não mudou nos últimos 50 anos
Em 1974, Maria Bethânia fez um show antológico chamado “A Cena Muda”. Este espetáculo trazia na superfície temas sobre ser artista, mas implicitamente tratava de temas que rondavam o Brasil nos anos 1970, como a falta de liberdade de expressão, o vazio humano, a censura, a desvalorização da mulher, os exageros nos interrogatórios e prisões, e sobre estarmos mudos.
Inspirado por essa inquietude, o show teatral documental “A Cena (Não) Muda” traça um paralelo entre aquele período opressivo e o que não mudou em 50 anos de Brasil. Com texto de Pedro Henrique Lopes, direção geral de Diego Morais e direção musical de Guilherme Borges, o espetáculo traz fatos históricos, as truculências e as violências em geral praticadas contra a população, desaparecimentos e outros crimes que se perpetuaram através do tempo. Tudo é confrontado no palco através de narrativas reais e documentadas pela história. Se, em 1974, a artista no palco não podia falar e cantava a sua dor, hoje cantaremos e falaremos em cena as marcas do que ficou. Afinal, os crimes impunes do período militar inspiram e alimentam os que hoje são cometidos.
Em cena, as atrizes Analu Pimenta, Sirléa Aleixo e H I A N E dão voz a histórias de 1974 como a de Ieda Santos Delgado, uma das únicas mulheres negras desaparecidas durante a ditadura militar, e a busca de Eunice, sua mãe, tentando incessantemente encontrar sua filha. Além de acontecimentos recentes, como as vidas de Luana Barbosa dos Reis Santos, Cláudia Silva Ferreira, Ágatha Félix e Kathlen Romeu, mostrando o que não mudou de ontem para hoje.








