Quem é você? Você sabe? Ninguém consegue viver em sociedade sem representar. A criação de personas se faz necessária para que o indivíduo se adapte ao mundo e consiga manter relacionamentos saudáveis. O problema é quando sua essência começa a se perder no caminho e você já não sabe mais quem é o seu “verdadeiro eu”.
Com roteiro de Pedro Henrique Lopes e direção de Diego Morais, o experimento cênico “Transe” põe em cena esses conflitos de personalidade a partir da história de um garoto que cria um personagem de si mesmo ao entrar na prostituição. O roteiro é baseado em relatos reais de garotos de programa e suas experiências na criação de múltiplos personagens para exercer a profissão. É possível sair ileso quando você deixa de ser você?
“Transe” é um drama que acompanha o embate entre João (Pedro Henrique Lopes), um jovem inseguro com sua aparência e receoso de seus desejos libertinos, e Nicolas (Oscar Fabião), um “michê” extravagante e cheio de luxúria. Junto com o dinheiro rápido da prostituição começam a vir os remédios psiquiátricos para reverter os danos da vida de excessos de Nicolas. As crises, as vozes, as alucinações e o fato de não se reconhecer afetam o modo de pensar, sentir e agir de João. Numa espécie de transe, eles mergulham um no outro para tentar encontrar sua verdadeira essência.
O experimento cênico foi premiado pelo edital #RetomadaCulturalRJ, da Lei Aldir Blanc, operacionalizada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro.